Páginas

18 de outubro de 2011

A Primeira República do Brasil (3ª Parte)

 Sob apoio do presidente militar Floriano Peixoto, subia ao poder no Brasil em 1894, Prudente de Morais. Era o início da República Oligárquica, que vem ter o café como principal produto nacional, eleições sob o voto de cabresto imposto pelos coronéis em regiões locais e a política do café com leite, entre outros fatos importantes.

A República Oligárquica

• Em 1º de março de 1894, elegeu-se presidente da República, sob apoio de Floriano Peixoto, Prudente de Morais. Com isso, o poder passou a ser controlado sob os interesses da elite agrária de São Paulo e Minas Gerais.

• Surgimento de iniciativas políticas, como:

- Política dos Governadores

- Política do Café com Leite

- Comissão de Verificação de Poderes

• Política dos Governadores

- Realizada no período de 1898 a 1902, no governo de Campos Sales, consistiu num grande apoio do Congresso Nacional às políticas financeiras de parceria capitalista internacional.

• Política do Café com Leite

- Revezamento de paulistas e mineiros à Presidência da República

• Comissão de Verificação de Poderes

- Consistia numa comissão composta por cinco parlamentares que ganharam o direito de diplomar candidatos de interesse do governo federal, e repudiar os opositores sob a desculpa de irregularidades desses últimos nos processos eleitorais. A desculpa da comissão se confirmava no apoio que os candidatos coniventes com a política federal, mesmo tendo vencido eleições sob fraudes, subiam ao poder. Logo, e sem oposição no Congresso, o executivo aprovava os projetos que bem entendia.

O Coronelismo

• Durante o período regencial brasileiro foi criada a Guarda Nacional. Composta por grandes fazendeiros que detinham prestígio e poder político em suas regiões, a Guarda Nacional se valia uma espécie de milícia, que tinha como função controlar a ordem social, repudiando revoltas sociais. Já na Primeira República, embora tenha acabado na prática a Guarda Nacional, os coronéis continuaram a administrar suas regiões locais, com o apoio de pessoas que eles ajudavam economicamente, na chamada troca de favores. O favor dessas pessoas, entretanto, era o atendimento aos interesses políticos desses coronéis que se refletiam nas eleições sob o voto de cabresto, a qual os eleitores dos currais eleitorais votavam rigorosamente nos candidatos apoiados pelos coronéis.

• Entre outras práticas antidemocráticas e fraudulentas presentes nas eleições da Primeira República, estão a inclusão de nomes de pessoas mortas ou mesmo inexistentes nas atas eleitorais. Havia também crimes e mortes nos municípios onde mandavam mais de um coronel.

O ouro verde

• Café, como principal produto de exportação da Primeira República.

• Expansão da agricultura do café para outras aéreas além de São Paulo, como por exemplo, Minas Gerais.

• Ascensão da produção cafeeira beneficiada pela abertura de linhas de crédito e preços favoráveis no mercado internacional.

• Como consequência, a superprodução do café acarretou crises que se mostraram na queda de preços do produto e elevados gastos com o armazenamento.

Convênio de Taubaté

• Acordo do governo federal para com os governadores de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, em auxílio às dificuldades enfrentadas pelos cafeicultores.

• Realizada na cidade paulista de Taubaté, o convênio determinou que, os governos dos respectivos estados citados acima deveriam comprar as safras de café, com um preço fixado anteriormente, de modo a evitar maior desvalorização do produto. Os governos estaduais receberiam empréstimos internacionais, por solicitação federal, dando condição a eles da compra do produto. Em casos de prejuízos dos estados, as perdas seriam refletidas no preço do café à população.

Outros produtos nacionais de destaque na Primeira República

• Látex, originado desde os tempos do Império Colonial, era extraído da floresta Amazônia e servia de matéria prima para a produção da borracha.

• Cacau, extraído da floresta Amazônia e do sul do estado da Bahia, servia de matéria prima para a produção industrial de chocolates.

• Cana de açúcar, cultivada no nordeste brasileiro, servia de matéria prima para a produção de açúcar, entre outros produtos típicos.

A industrialização na Primeira República

• Durante os 40 anos da Primeira República, o desenvolvimento industrial do Brasil ficou a mercê da tradicional agricultura, que ainda era peça chave da economia do país. Inicialmente, a industrialização tem início no Brasil República em pontos localizados como São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Minas Gerais, Paraná, Bahia e Santa Catarina. Nesses pontos, as pré-atividades industriais foram por vezes subestimadas ao dinheiro dos grandes cafeicultores, tendo por finalidade, atender de forma industrial às necessidades da agricultura. A modesta expansão industrial do Brasil República serviu de base para a criação de empresas e serviços terceirizados.

• Avanço industrial do Brasil República, principalmente, nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro:

- Aumento do mercado de trabalho

• Em São Paulo, as crises decorrentes do café deram lugar às novas investidas de capitais, antes, majoritariamente, destinados à agricultura do café.

• No Rio de Janeiro, capital federal, a prática do capital mercantil cedeu lugar ao capital industrial.

• Desenvolvimento industrial de fábricas de bens de consumo leve, como setores têxtil, de alimentos, bebidas, calçados, chapéus e fumo.

• 1920

- Chegada de companhias internacionais, especializadas nas produções industriais de produtos químicos, farmacêuticos, carnes congeladas e cimento.

• Classe operária brasileira

- Composta por homens, mulheres e crianças, que desempenhavam funções árduas nas fábricas, totalmente desprotegidos de leis trabalhistas e dependentes de salários miseráveis.

- As mulheres e crianças compunham uma mão-de-obra barata e muito viável aos empresários, já que, elas recebiam valores mais baixos ainda dos pagos aos homens; sendo que desempenhavam as mesmas funções ou funções similares às masculinas.

• Entre os pontos característicos do Brasil operário da Primeira República estão:

- Jornada de trabalho de 10 a 12 horas diária

- Multas ou punições físicas em casos de desobediência, ou até mesmo, em caso de baixo ritmo de trabalho

- Inexistência de descanso semanal ou férias

- Inexistência de licenças remuneradas

Leia também a 4ª parte deste estudo (CLIQUE AQUI)

Nenhum comentário:

Postar um comentário